Nessa janela amarela, verde, azul…
Pássaros há…!
Fortuitas visitas nos fazem,
De quando a quando,
Ainda que neste rio não possam nadar.
Passeiam-se livres,
De ir e voltar.
E assim, neste prado vêm rebolar.
Vens…
Da magnânime
Representação do sonho em mim…
Do silêncio da música...
Da música do teu silêncio sem fim…
Da excelência do tudo,
Na ousadia do nada, Assim…
Todos os textos presentes neste espaço são da autoria de Josefa Eduarda R. S. e têm todos os direitos reservados.
(Biográfico em mim)
9 comentários:
Gostei. Simples e eficiente.
Caro anónimo,
Agradeço a delicadeza do seu comentário. :)
Idolatro este texto, bem como mais 2 ou 3 que fazem parte do teu blog.
Com Amizade,
Anónimo :)
Apesar de escrever primariamente para mim, numa segunda instância partilho-a (a escrita, leia-se) com o mundo. Fico bastante satisfeita por saber que há por "aí" anónimos que apreciam este meu transbordar da alma.
Obrigada mais uma vez, caro anónimo (que curiosamente me trata por tu :) e salienta a amizade!)
Porque sou um anónimo que tu conheçes! ;) e te admira muito...
Amigo anónimo ;)
Obrigada pelas simpáticas palavras e pela admiração.
Josefa
Os Pássaros de Londres
Os pássaros de Londres
cantam todo o inverno
como se o frio fosse
o maior aconchego
nos parques arrancados
ao trânsito automóvel
nas ruas da neve negra
sob um céu sempre duro
os pássaros de Londres
falam de esplendor
com que se ergue o estio
e a lua se derrama
por praças tão sem cor
que parecem de pano
em jardins germinando
sob mantos de gelo
como se gelo fora
o linho mais bordado
ou em casas como aquela
onde Rimbaud comeu
e dormiu e estendeu
a vida desesperada
estreita faixa amarela
espécie de paralela
entre o tudo e o nada
os pássaros de Londres
quando termina o dia
e o sol consegue um pouco
abraçar a cidade
à luz razante e forte
que dura dois minutos
nas árvores que surgem
subitamente imensas
no ouro verde e negro
que é sua densidade
ou nos muros sem fim
dos bairros deserdados
onde não sabes não
se vida rogo amor
algum dia erguerão
do pavimento cínzeo
algum claro limite
os pássaros de Londres
cumprem o seu dever
de cidadãos britânicos
que nunca nunca viram
os céus mediterrânicos
Mário Cesariny, in "Poemas de Londres"
...e esta?!...Dona Josefa...d'Óbidos!!!
Os Pássaros de Londres Os pássaros de Londres
cantam todo o inverno
como se o frio fosse
o maior aconchego
nos parques arrancados
ao trânsito automóvel
nas ruas da neve negra
sob um céu sempre duro
os pássaros de Londres
falam de esplendor
com que se ergue o estio
e a lua se derrama
por praças tão sem cor
que parecem de pano
em jardins germinando
sob mantos de gelo
como se gelo fora
o linho mais bordado
ou em casas como aquela
onde Rimbaud comeu
e dormiu e estendeu
a vida desesperada
estreita faixa amarela
espécie de paralela
entre o tudo e o nada
os pássaros de Londres
quando termina o dia
e o sol consegue um pouco
abraçar a cidade
à luz razante e forte
que dura dois minutos
nas árvores que surgem
subitamente imensas
no ouro verde e negro
que é sua densidade
ou nos muros sem fim
dos bairros deserdados
onde não sabes não
se vida rogo amor
algum dia erguerão
do pavimento cínzeo
algum claro limite
os pássaros de Londres
cumprem o seu dever
de cidadãos britânicos
que nunca nunca viram
os céus mediterrânicos
Mário Cesariny, in "Poemas de Londres"
...e esta?!...Dona Josefa...d'Óbidos!!!
António,
Muito obrigada pelo bonito "poema de Londres" que me deixou. Gostei muito. :)
Bem haja!
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